terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mapa de influências

Ele aqui está! Em resposta ao desafio do Osvaldo Correia (http://ocportugal.blogspot.com/2012/08/mapa-de-inflencias.html?showComment=1344974540877#c8145779173567849155) estou a publicar o meu mapa de influências, baseado no meme de Matthew M. Laskowski (fox-orion).

Como podem ver, grande parte do meu trabalho foi influenciado por diversos trabalhos de ficção científica, com Star Wars e Star Trek como os maiores e mais antigos pontos de referência, juntamente com uma série de animação francesa que quem era nascido nos anos 80 certamente recordará...
Claro que o mapa está lamentavelmente incompleto. Nem um mural tinha espaço para meter todas as minhas influências e aquelas que moldaram o meu trabalho de uma maneira ou de outra. Mesmo obras recentes e de qualidade medíocre (´tou a olhar para vocês, George Lucas e Michael Bay!) influenciaram-me de uma forma bastante positiva. Se o trabalho é mau, de que forma eu o tornaria bom? Tenho montes de ideias e de histórias graças ao esforço destes dois em dar cabo de ícones da minha infância!

Pela minha parte, um projecto interessante seria criar uma história que rivalizasse com Star Wars. Quimérico? Bom, o homem está-me a fazer favores de cada vez que se lembra de alterar os filmes originais, por isso, porque não?

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Prometheus

Boas!
Já que estamos numa de inaugurações, começo por inaugurar a minha primeira crítica cinematográfica do blog e do ano. Eu já tinha escrevinhado qualquer coisita há uns anos, mas agora que tenho um espírito crítico mais cuidado e ponderado (se para aí estiver virado) julgo ser capaz de uma avaliação mais criteriosa no que concerne algumas obras da sétima arte.
Posto isto, passo então à análise do filme "Prometheus" da autoria do conhecido realizado Ridley Scott, alertando para o facto de esta conter spoilers, ou seja, peças chave do argumento que irão definitivamente estragar toda e qualquer surpresa para quem deseje ver o filme sem influências externas. Se for o caso, devem parar de ler.

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Ainda aí estão? Óptimo!
Então, vamos a isto.
Há 33 anos, Ridley Scott praticamente inaugurou um género novo de horror com o filme "Alien". Criou um filme tão elegante em termos de narrativa e ambiência que ainda hoje constitui uma referência. O elenco é pequeno mas consistente, cada personagem é credível e verosímil. Através de um artifício a meio do filme, uma avaria eléctrica providencia a desculpa para ter uma nave de tamanho considerável constantemente ás escuras, onde uma "coisa" desconhecida persegue a tripulação. A criatura em si constitui um marco no bestiário Hollywoodesco - e acreditem em mim, de todas as criações do Necronomicon de H.R. Giger, o alien é o equivalente à Irina Shayk (hey, baby)!
É considerado um marco na história do cinema, ganhou Óscares e prémios à direita e à esquerda, constitui uma incontornável referência na área do terror e da ficção científica que perdura até hoje. Atendendo a tudo isto, era com grande expectativa que eu esperava a estreia do filme "Prometheus", largamente publicitado como a prequela de "Alien", tanto mais que era Ridley Scott, o homem em pessoa, que estava ao leme!

A história começa quando uma equipa de cientistas encontra uma pista comum em várias explorações arqueológicas que apontam para um planeta de onde a raça humana seria originária e para o qual estariam convidados a visitar por parte dos seus criadores. Até aqui tudo bem, excepto que aquilo que os nossos bravos exploradores encontram é essencialmente uma instalação militar alienígena onde os alegados criadores (referidos carinhosamente pelos cientistas principais como os "Engenheiros", e pelo resto do pessoal como "As Bestas Quadradas") estavam alegremente a criar uma praga biológica para matar a humanidade quando a coisa deu para o torto e morreram todos antes de poderem fugir.
Cá se fazem...

É no decurso da história e na tentativa de compreenderem o que verdadeiramente se passou e juntar as peças deste puzzle intergalático-evolucional que os cadáveres adiados que constituem o elenco (maior que o original mas com uma piada consideravelmente menor) descobrem que os Engenheiros estavam alegremente a engenhar a destruição da sua própria criação e que o "convite" não passava de uma armadilha. As personagens passam do dramalhão do "Deus queria matar-me!" para a realidade "Deus está a tentar matar-me!" num tempo relativamente curto quando descobrem um sobrevivente em hibernação criogénica e que acorda com uma disposição muito pouco sociável.

Enquanto isso, duas das personagens têm o considerável azar de dar de caras com alguns dos espécimes de teste dos Engenheiros (essencialmente, lombrigas malucas) e são infectados por elas. Portanto, a tripulação tem dois tipos de alienígena atrás deles, com o privilégio de poderem escolher qual delas lhes dará cabo do canastro!

E no meio disto tudo, só me ocorreu uma coisa - eu não estou a ter a experiência "Alien"! Nada, absolutamente nada, me está a dar o cagaço que eu senti com o primeiro filme! Visualmente é muito bonito, e algumas personagens estão bem conseguidas (como o formidável David de Michael Fassbender), mas no fim sabe-me muito a pouco! Quando o filme acabou ainda levei algum tempo a processá-lo, e acabei por chegar à única conclusão lógica possível:

É uma treta!

Fiquei com a desagradável sensação de que quando um realizador com uma obra reputada e adorada por milhares de fãs começa com prequelas só pode dar nisto!
Onde o filme original era de uma claustrofobia opressiva, neste a presença de enormes espaços abertos reduz essa sensação consideravelmente! Não que as personagens andem a brincar ao ar livre, mas o simples facto de o poderem fazer age em detrimento do ambiente que se pretende criar.
Outra coisa que pesa negativamente é o facto de neste filme termos não uma única ameaça consistente, mas duas não particularmente assustadoras. O Engenheiro acorda e começa a aviar sopa em quem o acordou (só porque sim...) e uma das personagens infectadas fica uma espécie de Hulk a distribuir porrada em quem o tenta ajudar. Porquê? Sei lá - deixem as vossas ideias, porque serão sem dúvida mais interessantes de ver que aquela cena em particular!

Mas talvez o mais deprimente seja a inevitável comparação entre a solidez do argumento do "Alien" original com a deste filme, porque o argumento em "Prometheus" não faz um corno de sentido.
Senão vejamos: os Engenheiros criaram a humanidade e deixaram espalhado em vários pontos do globo, em várias civilizações antigas (meeeeesmo antigas), meia dúzia de hieróglifos que constituem o convite para a humanidade visitar o planeta onde eles estavam todos entretidos a brincar com vírus mutantes e outra cenas macacas!

Primeira pergunta: para quê?

Porque se o intuito era matar toda a gente, para quê darem-se ao trabalho de criarem uma instalação militar no cu de Judas, andarem a brincar com coisas que potencialmente se poderiam virar contra eles (o que acabou por acontecer) e estenderem um convite para uma armadilha quando podiam a qualquer altura bombardear a Terra a partir de órbita ou outra coisa igualmente drástica?
Mais grave, os cientistas encontram um Engenheiro morto há dois mil anos e descobrem que foi por essa altura que as coisas deram para o torto lá pelo burgo. A história passa-se em 2093, o "convite" é muito mais antigo.
O que raio estiveram os Engenheiros a fazer aquele tempo todo até as coisas correrem mal? A jogar xadrez á espera que os humanos aparecessem para uma sardinhada e então matá-los a todos?

Segunda pergunta: se o propósito dos Engenheiros era levar os humanos a levarem tripulantes infectados para a Terra, porque é que o único sobrevivente tenta matar os restantes?

Não faz sentido nenhum, principalmente quando este camafeu começa, com toda a calma, a preparar a nave dele para poder levar as criaturas bio-desenhadas para a Terra. Então este tarolo estava em hibernação há dois mil anos e uns trocados quando podia ter pilotado a nave para a Terra a qualquer altura? Então o "convite" era para quê? Para que os Engenheiros não se tivessem que dar ao trabalho de levar a tralha toda para a Terra? Tinham medo de levar com um míssil nuclear na tola? Mas o "convite" datava de um altura que a humanidade nem tinha o ZX Spectrum para jogar "Pong"! Podiam ter aparecido quando lhes tivesse sido mais conveniente, num intervalo para o café por exemplo, enquanto brincavam ao Populus...

No geral, a única palavra que me ocorre quando revejo este filme é "desilusão"! Ridley Scott tem em mãos o potencial para um história épica, com algumas ideias verdadeiramente boas e o visual para as complementar, mas afunda tudo numa história sem pés nem cabeça que não chega aos pés da história original que consituiria a sua sequência lógica.
Se me perdoam a expressão, o homem "Prometheus", mas não cumpriu!

On line

Boas
Inauguro hoje o blog The Dragon´s Forge, lamentando o facto de não o ter feito há mais tempo. Aqui irei publicando artigos sobre os meus trabalhos, os trabalhos de outros e do meio da bd e da ilustração em geral, e ocasionalmente colocar alguma crítica acerca de um filme, jogo ou livro de bd que me pareça meritório do meu parecer.

Espero que seja do vosso agrado. Comentem e digam de vossa justiça!